Essa fotografia contém o autógrafo do atleta Ademar Ferreira da Silva . Foi no dia 17 de maio de 1998, um domingo, quando na premiação da Competição " Volta da FEG",sendo então Diretor da instituição, o professor Fernando Marins.
Outro dado importante é sobre Ademar Ferreira da Silva, ele foi Bicampeão Olímpico de Salto Triplo, em Helsinque em 1952 e em Melbourne em 1956, e recordista mundial por cinco vezes.
Quanta história essa fotografia registrou!
Da esquerda pra direita: Prof. Carlos Marcondes, Prof. Ademar Ferreira da Silva, João Carlos de Oliveira ( João do Pulo), Vinícius, Sr. Lúcio, Sr. Pannunzio, Prof. Fernando Martins e abaixado Hélio (Amendoim) Selles.
Texto: Marina T. F. C. Pinto / Foto: Coleção: @joseclaudio6144 José Cláudio França Paula Santos. / Informações: @edsonrodarte
Figueiredo Jr., destacou”Paulo Rodrigues Teixeira", o inesquecível Paulo Alfaiate, pede licença para que o bloco “Os Tesouras” percorra os antigos logradouros de Guaratinguetá..."
O Carnaval anteriormente as tradicionais escolas de samba, era embalado nos salões e bailes nos clubes da cidade. Somente em 1916,começou a desfilar na praça central Conselheiro Rodrigues Alves.
Segundo o historiador e fotógrafo Antônio Figueiredo Júnior, Paulo Alfaiate foi um pioneiro, um artista e amicíssimo de outro grande músico e apreciador do nosso Carnaval: Bomfíglio de Oliveira.
Em 1938, o bloco passou a ser chamado "Alegria e Nada Mais" e na década de 1970, como sempre, abrindo o Carnaval com o bloco da "Velha Guarda".
Uma curiosidade é que Paulo Alfaiate tocou junto com Bomfíglio em sua última apresentação musical em Guaratinguetá em 1939.
Hoje no dia 1 de março de 2022, não teremos o desfile da popular e tradicional festa de nossa cidade. Devido à pandemia neste ano estamos comemorando de outra forma. A Prefeitura, em parceria com a OESG preparou, o ‘CarnaLIVE’, com apresentações das escolas de samba em local fechado e sem público, transmitidas pelas redes sociais e que estão disponibilizados pela página da Prefeitura Guaratinguetá ou pelo YouTube da Secretaria de Cultura: Cultura Guaratinguetá.
Que nos próximos anos possamos vivenciar essa festa de alegria, cultura e também de nossa história!
Texto: Marina T. F. C. Pinto / Referências: Blog Carnaval de Guaratinguetá: Linha do Tempo e Curiosidades (carnavalguaratingueta.blogspot.com) / OESG Carnaval Guaratinguetá Facebook / Foto: Coleção Antônio Figueiredo Jr.
De acordo com Francisco de Assis Barbosa, ex-presidente da OESG, "o nosso Carnaval, tradicionalmente de escola de samba, não começou bem assim.
A primeira agremiação carnavalesca foi a Embaixada do Morro, criada em 1944, porém, a primeira escola de samba, criada em 1957, foi a Bonecos Cobiçados. O Carnaval de Guaratinguetá tem a participação de escolas de samba, blocos de embalo e da grande Banda Mole, mas já houve outros tipos, como blocos de enredo e de marchinhas.
A diferença entre escolas e blocos de enredo está principalmente na ala de baiana, mestre-sala e porta-bandeira que não são obrigatórios aos blocos.
Os blocos de embalo são aqueles em que as pessoas se vestem com camisetas próprias dos blocos e não se organizam em forma de alas.
Finalmente, os blocos de marchinhas, em que não há restrições de fantasias, alas ou qualquer forma de organização.
A Fazenda Engenho D’Água tem uma importância muito especial para a história da cidade de Guaratinguetá. Ela participou dos principais ciclos econômicos do Brasil, e até hoje representa um patrimônio essencial para a consciência da nossa história econômica e cultural.
A fazenda foi construída no século 18. Tem quatro quilômetros, por asfalto, do centro da cidade, à margem do ribeirão São Gonçalo e à direita da rodovia Paulo Virgínio, antigo Caminho Novo que ligava Guaratinguetá e Cunha ao porto de Paraty.
Seu primeiro proprietário foi Mathias da Silveira, filho do padre Antonio da Silveira. Falecido em 1776, Mathias era português da Ilha do Funchal. O engenho vivia então do plantio da cana, com produção de aguardente e açúcar. Nele, além das terras e de 38 escravizados, de acordo com Maria A. N. Coupé (escritora do livro “O Engenho d’Água ontem e hoje”), havia uma morada de casa de vivenda de três lances, assobradada, parede de mão coberta de telha, com casa de cozinha e mais mesteres, coberta de telha e casa de moenda.
O segundo proprietário foi Manuel José de Melo, capitão-mor da Vila de Guaratinguetá, um dos mais poderosos economicamente da Província de São Paulo, e em 1822 hospedou o príncipe D. Pedro na sua viagem para a Independência do Brasil.
Nas terras do Engenho, antes de se dedicar ao café, e após a cana, plantou chá com mudas vindas da Índia.
O próximo proprietário foi o dr. Francisco de Paula Oliveira Borges, filho do Visconde de Guaratinguetá. Foi promotor público de Guaratinguetá, deputado da Assembleia Legislativa e presidente da Província em 1887.
Condecorado com a Ordem de Cristo, ficou conhecido em sua terra pelas missas de Natal que anualmente mandava rezar na Fazenda do Engenho d' Água. Segundo uma carta, escrita por sua filha Evangelina para Maria Isabella Maia Fabiano, descrevia o cotidiano da fazenda.
Era os anos entre 1907 e 1911."A missa era rezada em uma das duas alcovas da sala de visitas preparada para a cerimônia. Era uma grande casa colonial, com uma sala de jantar de dez metros de comprimento, tendo ao fundo um canto de lazer com uma rede, cadeiras de balanço, poltronas etc.(...) As cozinheiras selecionavam os animais para o corte, tais como: perus, leitões, cabritos, frangos e pombos. As parreiras, que eram muitas, ele sulfatava com uma máquina às costas, para preservar das moscas e morcegos e também da moléstia das uvas (...). As uvas eram, além desse tratamento, ensacadas cacho por cacho, para maior garantia. Era uma vivenda maravilhosa.
A falta de administração da fazenda, os gastos desnecessários e a decadência do café na região tornou necessária a venda da propriedade para a subsistência da família.
Assim, no ano de 1928, o Engenho d’Água foi então adquirido por Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes, pelo “valor declarado de 77 contos de réis”. O novo proprietário, também descendente do Visconde, posteriormente foi um político proeminente na cidade. E há uma escola estadual em sua homenagem.
Assim, no ano de 1928, o Engenho d’Água foi então adquirido por Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes, também descendente do Visconde, posteriormente foi um político proeminente na cidade.
Ele não se destacou apenas como fazendeiro, mas por sua ação política durante a ditadura Vargas.
Correligionário e parente afim dos Rodrigues Alves, foi presidente da Câmara Municipal e Prefeito entre 1938 e 1947. Em seus aniversários, Joaquim Vilela recebia seus correligionários com grandes almoços na fazenda, mesmo quando não era mais prefeito.
E há uma escola estadual em sua homenagem.
Diferente dos ciclos anteriores como o açúcar e café, Joaquim Vilela mudou o ramo da propriedade destinando-se à pecuária leiteira, o novo ciclo econômico da região.
Em 1962, as revistas noticiaram as exposições de gados de raça holandesa malhadas e suas premiações.
No ano de 1969, a Fazenda Engenho d’Água ganhava um novo proprietário, o fazendeiro, político, vereador e prefeito de Guaratinguetá em eleição indireta em 1951, Júlio Soares Nogueira.
No ano de 1969, a Fazenda Engenho d’Água ganhava um novo proprietário, o fazendeiro, político, vereador e prefeito de Guaratinguetá em eleição indireta em 1951, Júlio Soares Nogueira. Com ele, a fazenda que já produzia aguardente, açúcar, café, chá, leite, passava agora a viver um novo ciclo, o do reflorestamento com eucaliptos e um porto de areia no Ribeirão São Gonçalo.
De acordo com Maria Apparecida Nogueira Coupé, filha do novo proprietário da fazenda, “a casa-sede passou por restauração adquirindo sua forma original. A capela interna voltou a abrigar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, devoção do proprietário, e a vida religiosa da família passou a se realizar ali com casamentos, batizados e missas”.
Também leilões, exposições e churrascos passavam a movimentar a fazenda. Entre as atividades religiosas, a capela foi testemunha do casamento do acadêmico Francisco de Assis Barbosa, que teve como padrinho o ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ali deixou sua mensagem de congratulações para a autora do livro, precioso documentário para a história da região.
A fazenda mereceu também uma aquarela do príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança e desenhos a bico de pena de Tom Maia, no Álbum de Arte Vale do Paraíba – Velhas Fazendas, com texto de Sergio Buarque de Holanda.
Quando Júlio Nogueira faleceu, os herdeiros deram outro destino à parte da propriedade.
Na década de 1980, sob a direção de novo proprietário, Olivier M. V. Carvalho, os alqueires restantes ganharam nova atividade e título, o de Haras Engenho d’Água com criação de cavalos mangalarga marchador e leilões de animais de raça, assim dando início ao século 21.
Ainda segundo Maria Apparecida Nogueira Coupé, com tantos personagens em sua vida, o Engenho d’Água entrou para o imaginário popular. É conhecido pelos moradores locais pelas aparições que ali vivem assustando os incautos que desejam atravessar seus campos. Um cavaleiro estalando seu chicote ou em pé sobre um cupim, com botas e esporas, impede a passagem por suas terras. E até hoje ninguém se atreveu a enfrentá-lo...
Mais calmas são as aparições que existem dentro da sede. Na alcova da sala de visitas, hoje vazia, as orações de uma missa continuam a ser murmuradas, enquanto no jardim, ao lado da casa, o vulto de uma sinhazinha vestida de branco continua colhendo as brancas flores de pé de murta. E, junto ao local das antigas senzalas, os escravizados parecem continuar a desvendar os segredos de um jongo. Ou serão os índios Bororós, que trazidos por um padre salesiano, ali continuam a dançar?
São cenas que ficaram plasmadas na vida do Engenho d’Água e que hoje enriquecem o imaginário popular de Guaratinguetá e merecem novas pesquisas sobre o local.
Atualmente, a Fazenda Engenho d’Água tem um novo proprietário e está passando por uma reforma para receber os visitantes. Reconhecer o patrimônio histórico da cidade é olharmos para um novo horizonte em todas as estâncias de nossa vida em comunidade e cultural para, assim, visualizarmos novos ciclos.
Texto: Marina T. F. C. Pinto / Referência:ARQUIVO MEMÓRIA DE GUARATINGUETÁ, Museu Frei Galvão. COUPÉ, Maria Apparecida Nogueira. A Fazenda Engenho d’Água de Guaratinguetá – à beira do caminho e dentro da História. Capa e desenhos de Tom Maia. Outubro 1977.
Com a morte do dr. Castro Santos, sua chácara abrigou, entre as últimas décadas do século XIX até as primeiras do século XX, um internato com a direção da sua filha, a educadora Pórcia Clementina de Castro Santos, tornando-se uma importante escola particular para a educação de moças.
“À entrada do internato ficava um grande portão de ferro fundido, onde uma alameda ladeada por palmeiras imperiais levava até a porta do colégio que ficava mais ao fundo da chácara. D. Porcinha morava ao lado numa outra propriedade".
Meu avô, o comerciante português Carlos Machado, quando enviuvou trouxe suas duas filhas: minha mãe (8 anos) e tia Beatriz (7 anos) para que fossem educadas por D. Porcinha. E ali permaneceram até os 19 anos onde aprenderam, além do ensino básico, o francês fluente, piano, pintura, bordado etc.
Muitas das senhoritas internas saíam do colégio para se casar, como foi o caso de minha mãe.”
D. Porcinha faleceu em 25/1/1938. O terreno onde se situava o colégio foi vendido para o casal Benedito Nogueira Nunes e D. Dica Galvão Cesar, e permanece até hoje com a família de sua filha Léa Aparecida Galvão Nunes Vilella.
D. Pórcia Clementina de Castro Santos foi casada com o dr. José Manoel de Castro Santos (1822 - 1874), o primeiro guaratinguetaense a formar-se em medicina. Graduado pela Faculdade de Medicina da Bahia, apresentou sua carta de formação à Câmara da cidade em 11/1/1847, tornando-se, assim, o primeiro médico residente em Guaratinguetá, clinicando na sua cidade natal e também em Areias, Silveiras, Lorena e Pindamonhangaba.
Foi deputado na Assembleia Provincial, Cavaleiro das Ordens de Cristo e São Gregório Magno e Oficial da Rosa.
O casal se estabeleceu numa grande chácara no bairro do Campo do Galvão, limitada na época pelas atuais ruas Dr. Castro Santos, São Benedito, Álvares Cabral e Cel. Pires Barbosa.
A atual Rua Pórcia Clementina surgiu com o loteamento da chácara numa homenagem à sua filha educadora.
Texto: Marina T. F. C. Pinto / Depoimento de D. Anita Del Monaco Rebelo cedido ao Almanaque por Márcio Cavalca. / Foto: F.S. Imoto- colab. Zeck Broca- by Vale Ver Guará.
Di Cavalcanti como assinava em suas obras ou Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, nascido no Rio de Janeiro em 1897, foi um dos grandes ícones da pintura brasileira.
Entre suas principais obras destaca-se figuras populares do cotidiano brasileiro, tendo como inspiração o desejo de constituir uma arte que representasse o Brasil.
Com o desenvolvimento e eloquência na arte moderna em São Paulo após a exposição de Anita Malfatti, em 1917, o artista retoma seus estudos desenvolvendo novas formas de representação.
Durante esse período, torna-se amigo de intelectuais paulistas como o próprio Mário de Andrade, Oswald de Andrade (1890-1954) e Guilherme de Almeida (1890-1969). Di Cavalcanti contribuiu para idealização e realização da Semana de Arte Moderna de 1922.
Viaja para Paris em 1923, frequenta a Académie Ranson. Em suas obras é possível encontrar referências de grandes artistas como o espanhol Pablo Picasso (1881-1973), os franceses Georges Braque (1882-1963), Fernand Léger (1881-1955) e Henri Matisse (1869-1954).
Após o contato com o expressionismo alemão no período de sua estadia na Europa, Di Cavalcanti passa a utilizar em suas pinturas contrastes mais acentuados de cores, um exemplo dessa influência é a tela Cinco Moças de Guaratinguetá (1930).
O artista representa nessa pintura formas simples e curvilíneas e um destaque para as cores quentes, sendo considerada uma de suas obras mais importantes contendo grande influência modernista.
Em 1951, Di Cavalcanti passou um período no Clube dos 500 em Guaratinguetá -SP, a convite de Orozimbo, ao deparar com uma parede em branco se propôs a pintar um mural no local, onde ainda hoje é possível contemplar a obra.
Emiliano, representou em seus trabalhos a realidade brasileira, com a ilustração do povo simples e trabalhador da época, valorizando a identidade nacional.
Fonte: Almanaque Sabaraboçu Guaratinguetá / Foto: @fotoclubedos500. / Arte: Vanessa Marins / Artigo: Sheila Rodrigues Alves / Fonte: Adriano Pedrosa e Olivia Ardui (org.), MASP de bolso com a TATE, São Paulo: MASP, 2018. / ANDRADE, Mário de. Di Cavalcanti. In: DI CAVALCANTI. Desenhos de Di Cavalcanti na coleção do MAC. Organização Aracy Amaral; introdução Aida Cristina Cordeiro; introdução Sônia Salzstein; comentário Aracy Amaral. São Paulo: MAC, 1985. p. 47. / MARTÍ, Silas. 'Samba' era obra mais 'poderosa' do modernismo, diz curador. Folha de S.Paulo, São Paulo, 15 ago. 2012. / Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1137164-samba-era-obra-mais-poderosa-do-modernismo-diz-curador.shtml. Acesso em: 2 maio 2020. / https://www.historiasdadutra.com.br/portfolio/clube-dos-500-e-paturi-a-milha-de-ouro-da-dutra
O ano de 1822 foi simbólico e representativo tanto para a nossa cidade como para a construção da nação brasileira. D. Pedro I esteve em várias cidades do Vale do Paraíba. Para o pesquisador Rezzutti, Dom Pedro veio firmar alianças com os fazendeiros, apaziguar o cenário e preparar terreno para a Independência.
Para o historiador Diego Amaro, “o Brasil independente nasceu no Vale do Paraíba”l. A viagem iniciou no dia 14 de agosto de 1822, saindo da cidade do Rio de Janeiro na Quinta da Boa Vista ou Palácio São Cristóvão, com uma pequena comitiva de seis pessoas influentes no cenário político brasileiro.
No dia 15 de agosto chegou à Fazenda da Santa Cruz, antiga propriedade dos jesuítas. A primeira cidade do Vale do Paraíba paulista foi Bananal na Fazenda Três Barras.
Se o Brasil nasceu aqui, de certa forma, todos nós somos continuadores dessa história de conquista, lutas, encontros e desencontros.
Texto: Marina T. F. C. Pinto / Referência: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45428722. Entrevista com o historiador Diego Amaro de Almeida e o pesquisador Paulo Rezzutti. / RIBEIRO, Maria de Lourdes Borges. Na trilha da Independência: história e folclore. Rio de Janeiro: MEC, Departamento de Assuntos Culturais, 1972. / Foto: Prefeitura Municipal de Bananal. Fazenda Três Barras de Bananal.